Textos de Alberto Moreira Ferreira
Agora és sede e água adormecer
E o que te quero dizer é que não
Há forma do impaciente ver o novo dia

Agora pensas na mão que suportaria o rosto
Na frescura da folha mimosa, todavia
Há pétalas que nos escapam e eu nem sabia

Agora és mais uma gota, umbrosa
É coração incomensuravelmente ardente
Verdadeiramente cadente a passar

Agora já é noite e hoje, não há fogo de artificio
Haverá ainda algumas balas de salva, ectopia
E sabes que toda a lua tem uma boca e não há
Noite que não nos leve a outro dia

Agora sem a ternura e o afeto daquela chaveta
Até estes verdes são somente um ceder desejando
Aquela querida, aquela gaveta