Textos de Alberto Moreira Ferreira
Lembras-te daquela menina, que te deu a mão, tinha andorinhas nos olhos, a mão inocentemente quente, e uma luz que não cabia nas meias. Tu eras velhinho, havias tropeçado num ramo de uma barreira de tantas invisuais e morrido, estavas frio, do avesso e cadente, de sapatos de vela, sim, tinhas um corte, não a podias reter e guardaste-a. O teu coração está sempre a aumentar e no hospital não há casas no ar. Aquela menina lembra-me… encontre ela o seu destino e ele a faça feliz.

"A Poesia"